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CONFIDÊNCIAS DE BOLSO

Coisa triste é ser coadjuvante da própria história, destarte, cansado dessa posição pouco realizante lanço mão deste, para ousar ir além, para assumir ainda que brevemente o protagonismo que me é devido. Sim claro, elementarmente que se apresenta um tanto arrogante minha tal posição, assim tão aguerridamente assumida, mas creia-me, nada tem a ver com arrogância, trata-se meramente de assumir o meu papel de fato, e assim na condição de protagonista apresentar a minha percepção das coisas... Poderá por ventura alguém censurar-me, por querer também dizer daquilo que sinto, penso, vejo..? Ainda que alguém ouse, ainda que me censurem, quero correr este risco, quero submeter às críticas. Mas aos mais desavisados digo logo de entrada, o que falo, falo de mim mesmo, do meu coração, se é que tenho um... de minha sensibilidade... Mas chega desse prolixo preambulo, vamos avançar... quero apresentar –me, permitam-me! Sou o bolso. Sim o bolso... muito certamente que lhe soará estranho caro l

POEMA VOCÁLICO

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A o Pensar certas coisas Que faz o meu povo ser o que é Penso e pesaroso fico num misto de perfídia e fé. É tanta penumbra e escuros sólidos, Tanta cegueira a reinar Tantos anseios suprimidos Abortados no nascedouro Sem nunca poder brilhar. I nquieta-me tantas dores Tantos dias cinzas sem cores Enquanto sofrem esperam Seus cristos e redentores. O s pobres ignóbeis que somos Escravos da ignorância Temerários sobrevivemos Torporizados pelo cotidiano nutrindo-nos de vãs esperanças. U m momento, mils momentos Cada um com seus tormentos Enquanto segue a orquestra Nesta canção caótica somos meros instrumentos.

QUERO TE

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Google Imagens Quero seus olhos, seu sorriso Quero seu rosto, seu corpo Quero seu eu, meu céu Ser o seu mel, paraíso. Quero suas mãos, emoção Quero seus braços, abraços Quero seus pés, seus passos Ser o seu chão, fértil e farto. Quero seus gritos, gemidos Quero seus risos, suspiros Quero seu hálito, descompasso És o pão no qual me farto. Quero os seus lábios, seus beijos Quero seus afagos, mais meigos Quero-a intensa, faminta e insana Ser o seu leito e lençol, sua cama. Quero seu jeito mais simples, mais dócil Ser o seu ser, que te faz ser feliz como possa.

RECEIOSA A DESEJAR

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Google Imagens Seu olhos têm vida Têm sede e saudade de si Perdida se sentes se vê Tão frágil a esbanjar força e poder Tão bela tão meiga Só quer seu amor sendo amado servido comido na mesa do amar És flor de láureas pétalas que se despetála ao se despertar Na calidez da solidão e do desejo de se ver amada Envolta no aconchegante manto do amor Amor que não se mensura que não se acaba que não se esvai ou vai Amor que fica no vai e vem no embalo da vida no embalo dos corpos Nos olhares a se verterem em si Se recriando mutuamente sempre quentes e famintos Se fecha sem medo com medo de amar Ansiando pelo amor.

SANGRANDO VERSOS

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  Google Imagens   Meu desespero é o tempero que dá gosto a minha esperança E o exagero é companheiro roto na desventurança Minh’alma nua pelas ruas busca por bonança Num corpo louco templo dessa desmedida dor E na penumbra opaca de cada olhar apagado Me reconheço ao avesso do que sonho ser Matérias mortas animadas em corpos sem vida Meros banquetes do meu eu carnívoro devorador Que segue a esmo sempre a perecer A conta gotas a cada gota de gozo a verter sofrida Corpos talhados na madeira carne São só mulheres na vida de escárnio Que a moral refuta para a marginália E tradição condena para escondê-las Mas aos meus olhos como aos demais É tão fugaz seduz é tão bom vê-las Deseja-las, possuí-las doce proibido Escravizadas por seus sonhos loucos Por suas ânsias e nossa libido São condenadas por que são espelhos A refletir nossas contradições Desafiando a débil moral e contestando rudes tradições Damas da vidas as mais diversas vida

POR ENTRE SONHOS PEDRAS E POESIA

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Google Imagens CAPÍTULO I Matérias para fazer Sonhos. Gemidos... suaves e intensos, duradouros na brevidade de seus segundos. Efêmeros e débeis na eternidade de sua brevidade... Revezavam-se entre si, num bailado ansioso que lembrava o ecoar das abas da gaivota enevoada na vazante do Capetinga. Não em qualquer vazante, mas naquela  onde este Rio Capetinga recebe aquele Rio Roncador, num profuso encontro de generosidade e entrega. Aí, o Roncador que em seu curso vai banhando terras, morros e chácaras, matando sede, gerando vida, ofertando piabinhas e lambaris, entronca-se na mata densa de borda ciliar na altura da Carestia, em terras de Vô Pulú, Apolinário, na verdade e se faz um gerando doravante um caudaloso Rio Capetinga. Vô Pulú é filho destes polacos goianos que descendem do polonês Szervinsk, que ali é lenda, é fábula, é gente... é mito. Não qualquer mito,  mito vivo,  mito fundador,  mito de gênese e de escatologia,  de eternidade na efemeridade da descendênc
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CANÇÃO PARA UMA FLOR A lua banhava-a e excitava ainda mais as curvas e cores daquele corpo matizado de melanina  que desnudo exbanjava sensualidade e erotismo...  A volúpia reinava inebriante  E ante ao fascínio de tanta beleza no corpo de um flor...  A amei intensa e profusamente num extase de conteplação...  Quanto encanto!  Quanta magnitude em tão frágil ser...  Tão frágil e tão poderosa,  Tão inresistível, tão bestificante. Assim, o balé frenético dos corpos  a se conjugarem na lascívia do coito fora dispensado  e substituido pela extasiada contemplação do belo exposto  no corpo negro de imensuravel beleza exibido em nudez total!  Oh flores!!! Que de mim não sai... Nem a visão,  nem o aroma, nem as lembranças.