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Gente Caida

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Imagem do google Cabelo duro enrolado de pueira Essa pueira vermelha, que dispenca do sertão. Pele queimada, torrada ao sol de agosto... No rosto tinha um disgosto, que ninguém diz razão! Calsa rasgada em farrapos se vestia, era mulambo encardido, que já pedia munturo... Meio pelado, desnudo do mei pra cima... A cintura sem camisa mostrava o peito peludo! E feito cego no meio do tiroteio, a cabeça entre meneios tatiava sem noção! Ali caído, de quatro engatinhava procurando pelo pito e a pinga no garrafão... Olhos profundos penumbrados e sem destino! Me olhava qual menino, que fitava o infinito! Não me inchegava, mas me olhando firmemente... De um jeito insistente e com um fungado esquisito... Incomodando andei uns passos pra frente, bancando o indiferente eu não pude avançar... Eu fui me embora seguindo a vida afora... Mas confesso aqui agora o que não posso negar! Fiquei com ele naquele estado humilhante... Mesmo passando adiante, eu fiquei lá na estrada... E ainda hoje ainda sinto um

Tão Ser Tal

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Imagem do google O ser tal quis ser tão ser, que a viver não se importou O ser tal quis ser tão ser, que no sertão se embocou Sendo o ser tal do sertão, ser tão tal ser tão temido Fez o sertão desertar, deserto sertão querido Querido se tão deserto, sem amor sem coração Fez o seu ser, ser desgraça, nas faces agraciadas das veredas do sertão O ser tal amor tornou de um tal ser amador Mas amor não aprendeu, pois outro ser não amou O ser tal não pode ser, o tal ser que ser se quis Por que Pra ser no sertão, ser tal tem que ser feliz E felicidade é tal, é tal ser sempre sertão Ser tão eu ser tão você nas terras do coração Sertão eu sertão você nas terras do coração O ser tal amar virá quando vir amar o sertão Pois amar é lua cheia abraçando a solidão... O ser tal amar virá quando vir amar o sertão Pois amar é lua cheia abraçando a solidão...

Cachaça

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Imagem do google A cachaça é companhia, que pouca gente dispensa É amiga sem valor, rainha das desavença Presente em toda festa, faz a cabeça do povo Quem dela prova uma vez, pode crêr , que quer de novo Dama de muitos amores é paixão de muitos donos Quem por ela se apaixona Acaba sempre na lona No mais triste abandono... É coisa muito engraçada a danada da cachaça Se você vive sem ela acha a vida sem graça Mas, se você bebe ela, vive uma contradição Quer largar mas não consegue, passa a vida no balcão Ora em pé, ora deitado Sozinho ou acompanhado Falta roupa e falta pão Cachaça não falta não, pra quem vive embriagado... Cachaça cai na barriga vai direto pra cabeça Embaça as vista enrola a fala as pernas é que ficam bestas O cabra anda balançando feito pendão de capim Não caminha em linha reta , a sarjeta é seu fim... Falo não por que não gosto, mas por ser conhecedor... Já fui um dos seus amantes levei uma vida errante Por causa do seu amor Pra você agora eu deixo um recado bem sinc

Mandinga as Avessas

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Arrisurvi fazer uma mandinga Pá conquistá de veiz meu bem querê... Ela num sabe que eu gosto dela e eu num tenho força pá dizê! Fui na capanga de Tia Janurca e na cumbuca de erva preparada... Do que eu achei peguei de tudo um pouco... Pá vaze mandinga pra mulhê amada! Amassei tudo e puis na lambiquêra... Dexei curti, mode ficá no ponto... Era receita de Ti fulô papo, que si diz dotô em diversos pontos! Quando chegou o dia da intrega, achei a dama na ocasião... Sirvi pra ela a pinga preparada, certo que siria o dono do seu coração! Mais a mandinga saiu pela culatra, ela também gostava de alguém... Tomô corage tomando mandinga... E cheia da pinga foi buscá seu bem!!! Arrevortado joguei a mandinga fora e Tia Janurca bem ansim me falô... Pois bem... Todo covarde, tem medo de ter corage e no fim das contas fica sem ninguem!!!