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Todos os beijos de que preciso

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  Há muitas belezas no mundo, Resquícios do paraíso, Corpos, pele, olhos, lábios, Toque, cheiros e sorrisos. Há belezas joviais, Por vezes, mesmo pueris, Há belezas naturais,  Agressivas e gentis, Há belezas artificiais,  Fabricadas por ardis, Silicone, cirurgias, Mágicas de bisturis. Há belezas que arrebatam, E outras, leves e sutís, Porém, dentre todas elas, Sem equívoco ou medo eu digo, Foste tu beleza excelsa,  Que sem afetaçães ou excessos,  Com sua devoção confessa, E encantos desmedidos. Que venceu minhas Ilusões,  Desnudou meu coração,  E sem mais enrolações, Ofertou-se inteira à mim, Recebendo-me por inteiro, Sem notar risco ou perigo, E nesse caminho de amantes, Somos cúmplices e praticantes, Da arte sublime de amar... Assim, sei o que sou, Sob a luz do teu olhar, Que me erige todo inteiro, Sob o toque de tuas mãos,  Tudo arde de paixão,  No seu coração brejeiro, Eu sei bem do que preciso, E onde é que estão,  Os beijos que necessito: Na tua boca bonita, No teu corpo que me e

Equívoco de dor

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imagem do banco de imagens do Google  EQUÍVOCO DE DOR  O passado é, sem dúvida,  fonte que não transborda em sentimentos,  mas em evocações (AMPARO, 2008, p. 72). Aos pés da fonte, de pesaroso semblante, A matizar-lhe a fronte,  Conservava-se absorto, em sofrer pujante, A lhe causar desgosto. Nem se dera conta, do pequeno engano, Que o sofrer lhe impunha, Fazendo-lhe a afronta, de tomar o oceano, Do passado, por fonte alguma. Ignoto em trevas, em sua dor severa, Se quer percebera, Que quando a dor se eleva,  ao julgar se erra, A carne é traiçoeira. Mas as evocações, que nesse instante a mente faz, Involuntária e insistentemente,  Provocadas, ininterruptamente pelos sentimentos que, Pululam de modo tenaz o coração  vivente.  Fazem transbordar e tsunamis terríveis, Esse oceano imenso,  Que vem a eternizar, lembranças desprezível,  Desejos infensos. E o que  tornara-se, irremediavelmente perdido, De algum modo retorna, Fazendo-se, outra vez possível: como o olhar da musa, O amor impossíve

Por um Mundo Com Mais Poesia

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Olho para o mundo e vejo... Vejo mais do que me mostram as mídias... Vejo a violência inclemente e amplamente dominante, O ódio, a morte e as dores reinantes, Que do rádio, das televisões, das revistas, dos jornais e das canções... Que enchem de ódios as salas, os lares,  as mentes e os corações... São super produção de fatos, criando inseguranças, percepções distorcidas, Aprisionando as gentes, nos impedindo de sentir e de viver a vida... Estou farto, nem sempre o outro é um perigo iminente, Esse medo que torporiza e escraviza corpo e mente, Nem sempre o mundo é esse inferno, pintado em tempos hodiernos, A vida é muito mais do que sonhamos! É bem, bem mais do que pensamos e sabemos! Viver é muito mais que sonho! A vida é muito mais que grana, status, estética e métrica... A vida é muito mais que sangue, que medo, ódio e estatísticas, Que números adulterados e frios para  conveniência da política... A rima solta desses versos é minha prece ao universo,  quiçá ao se

Porque Querem Me Convencer Que Eu Sou Mal

Ligo a Tv e o sangue inunda a sala! Me roubam a calma, me introjetam medo. Me roubam e, levam minha esperança e  consciência! A mídia mente, a mente míngua, o medo reina, o ódio cresce... O telejornal cara-de-pau, me cospe à cara em total escárnio, Telenovelas enchem a tela e se desenrolam tal qual novelos, E enleado vivo enredado,  sempre na rede, tvpc, pctv, Smartphone, Telefone, telefome, telesede, sempre em rede, faz-se livro, (facebook) para quem não sabe ler, Milhões de bites,  engessam a mente, e as sementes desse futuro que nunca vem, São uns sem mente, sempre se mentem, e quem se mete a perscrutar,  ai... Uai, ti zap, coringas e ases de copa, reinam nas mentes em mil mensagens Fotos, imagens, memes e post's que nos estragam no instagran, sem grandes coisas. Pego o jornal me sinto mal pois ele é replica é mesmo cópia do da tv e do pc, tá tudo igual... Tá tudo igual... Não há saída, estou sofrendo pena de vida, e, me pergunto se vale a pena? Será que o mundo e

Segunda feira

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Segunda-feira Ainda o domingo agoniza nos braços da madrugada Ela se aproxima sorrateira fingindo nada querer. Mais um pouco e não tem jeito ela te arranca do leito e te coloca na estrada Recomeçando a jornada, do ofício do sobreviver. Com seu traje de trabalho sempre pronta, desde as quatro da manhã. Coloca ordem na ressaca, na preguiça, no cansaço e disciplina cada um. Depois de acordar o sujeito, no horário já marcado, arranca ele do leito E o encaminha ao seu fado. Incólume às maledicências,  preguiças e más vontades, se impõe e segue firme o ritmo do calendário. Filha das horas é neta do tempo, não sendo a primogênita, logo não é a primeira, Mas também não é a última e nem mesmo a terceira, em ordem cronológica é ela a segunda feira. A doce mãe da rotina, rainha trabalhadeira, jamais muda seu status,  não dança fora do compasso não importa de que maneira. Se impondo ao primogênito domingo, é ela a usurpadora que abre sempre a semana, de forma desafiadora, enquanto
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ONDAS DE TRANSFORMAÇÃO A vida é um grande mar, Quiçá, imenso oceano, Onde singra-se sem trégua, No barco corpo humano. De ondas sempre diversas, Hora a hora se alternando, Entre suaves e revoltas, O corpo/barco chacoalhando. Somos nós nesse sentido, Barcos de carne a seguir, O caminho que escolhemos, Com compromissos a cumprir. Enquanto barco singramos, Sempre conforme conseguimos, Mas é no singrar a vida, Que vamos evoluindo. Pode se singrar a esmo, Como barco à deriva, Sem rumo e sem consciência, Perdido na própria vida. Estacionado em si mesmo, Teimando em remar sozinho, Contra o balanço da vida, Que sempre indica o caminho. A cada instante uma estrela, Um astro ou outro sinal, Se mostra ao navegante, Chamando-o a vencer o mal. O mal de singrar a esmo, Por oceano revolto, Sutilmente lhe indicando, O norte que leva ao porto. Mas cego, surdo e insensível, O navegante não vê, Insiste em singrar a esmo, Sozinho até perecer. Quando então

O PARTO

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O PARTO Ai, ai, ai! Como dói minha iscadeira! Essa minha cacunda cansada, de doer inda me mata! Maria Tomásia se levanta do rancho e manquejando e balbuciando lamentos se dirige ao rêgo d'água, pamode lavar os últimos pano que o menino tá chegando. Pelas dores que vem sentido e o tamanho do bucho, ela sabe pela experiência de outros sete partos, que sua hora não demora. Quando a noite cai e o céu de estrelas se decora, as dores chegam ao seu liminar e Maria Tomásia sabe que é hora da grande hora. Assim, entre uma contração e outra manda seu primogênito Pelágio ir à casa da vizinha, chamar dona Davina, parteira e comadre sua. Deveras,  acertado tudo já  estava, desde a semana passada, quando as dores primeiras de parir sutilmente já se anunciavam. Foi na reza de dona Davina, ela que era devota de Nossa Senhora do Livramento, enquanto amassava o "rosado e a brevidade", biscoitos caseiros à  base de goma de mandioca, que dona Davina não gostava de deixar faltar na