Segunda feira
Segunda-feira
Ainda o domingo agoniza nos braços da madrugada
Ela se aproxima sorrateira fingindo nada querer.
Mais um pouco e não tem jeito ela te arranca do leito e te coloca na estrada
Recomeçando a jornada, do ofício do sobreviver.
Com seu traje de trabalho sempre pronta, desde as quatro da manhã.
Coloca ordem na ressaca, na preguiça, no cansaço e disciplina cada um.
Depois de acordar o sujeito, no horário já marcado, arranca ele do leito
E o encaminha ao seu fado.
Incólume às maledicências, preguiças e más vontades, se impõe e segue firme o ritmo do calendário.
Filha das horas é neta do tempo, não sendo a primogênita, logo não é a primeira,
Mas também não é a última e nem mesmo a terceira, em ordem cronológica é ela a segunda feira.
A doce mãe da rotina, rainha trabalhadeira, jamais muda seu status, não dança fora do compasso não importa de que maneira.
Se impondo ao primogênito domingo, é ela a usurpadora que abre sempre a semana, de forma desafiadora, enquanto domingo festa, na lides da diversão.
Ela se coloca intensa cheia de imposição, dominando corpos e mentes, sonhos e corações
Coloca-nos a todos nas raias das obrigações, para que siga-se o curso de nossas vãs construções.
Para alguns ela é uma tragédia, uma calendárica desgraça,
Para outros só mais um dia, numa sucessão sem graça,
Pura invencionice humana para mensurar e ver que o tempo deveras passa.
Para o mercado é o recomeço, do ciclo semanal,
Onde vidas são vendidas, mercadológizadas e consumidas,
Como um produto banal, na sociedade do consumo onde domina o caos.
Para mim é mais um dia, que a vida amanheceu,
Mais uma oportunidade de descobrir quem sou eu,
Aprendendo a amar tendo o amor por Deus,
Na fraca fisionomia que a natureza me deu.
Vivendo de cada vez, um por um cada um dos dias,
Vivo feliz por viver, mesmo faltando poesia,
Mesmo a vida sendo árida, por vezes triste e dolorosa,
Mesmo a injustiça humana, crescendo de forma insana, voraz e escandalosa.
Mesmo ainda esbarrando, na violência a cada esquina,
Mesmo vendo mortos em vidas, os sonhos que apodrecem nos olhos que o brilho fenece, de meninos e meninas.
Mesmo errando e esquecendo e, por vezes sendo esquecido.
Sigo feliz a pensar, que ainda há motivos para se gostar da vida.
Para se fazer amigos, para se trabalhar feliz,
Mesmo com tantos bandidos ferindo a alma do povo,
Escravizando e roubando e, empobrecendo o país.
Mesmo entre dores e tombos e tanta indiferença,
Mesmo com tanto ódio e intolerância,
Salto do leito feliz, elevo meu pensamento,
Falo com Deus por um momento de exclusiva oração.
O céu se abre em versos e me veste de poesia dando me inspiração,
E como mais um na estrada eu sigo minha jornada, com olhar de contemplação,
As vezes cantarolando, ou assoviando uma canção.
Recebo a filha do tempo e trabalhando sem lamento,
Visto as vestes da rotina, planejamento, regência, atividades, docência, assim, sigo minha sina,
Nessa lide cotidiana no anonimato dos mortais,
Entre sonhos e tantos ais, sigo de fé altaneira.
Fé na vida e na poesia, na roda que move os dias,
E faz vir sem piedade, sem maldade ou sem bondade, mais uma segunda feira, bem vinda segunda feira,
Na dispensa falta a feira...
No mercado famigerado, o preço sobe na prateleira...
Bem vinda segunda feira.
Nossas forças a preço fixo seguem o valor do crucifixo,
Onde somos colocado.
E assim, dia após dia vivendo crucificados como cristos marginais
Vivendo entre sonhos e ais num céu sem eira nem beira
A caminho do labor saúdo cheio de amor...
Mais uma segunda feira, bem vinda segunda feira!
Ainda o domingo agoniza nos braços da madrugada
Ela se aproxima sorrateira fingindo nada querer.
Mais um pouco e não tem jeito ela te arranca do leito e te coloca na estrada
Recomeçando a jornada, do ofício do sobreviver.
Com seu traje de trabalho sempre pronta, desde as quatro da manhã.
Coloca ordem na ressaca, na preguiça, no cansaço e disciplina cada um.
Depois de acordar o sujeito, no horário já marcado, arranca ele do leito
E o encaminha ao seu fado.
Incólume às maledicências, preguiças e más vontades, se impõe e segue firme o ritmo do calendário.
Filha das horas é neta do tempo, não sendo a primogênita, logo não é a primeira,
Mas também não é a última e nem mesmo a terceira, em ordem cronológica é ela a segunda feira.
A doce mãe da rotina, rainha trabalhadeira, jamais muda seu status, não dança fora do compasso não importa de que maneira.
Se impondo ao primogênito domingo, é ela a usurpadora que abre sempre a semana, de forma desafiadora, enquanto domingo festa, na lides da diversão.
Ela se coloca intensa cheia de imposição, dominando corpos e mentes, sonhos e corações
Coloca-nos a todos nas raias das obrigações, para que siga-se o curso de nossas vãs construções.
Para alguns ela é uma tragédia, uma calendárica desgraça,
Para outros só mais um dia, numa sucessão sem graça,
Pura invencionice humana para mensurar e ver que o tempo deveras passa.
Para o mercado é o recomeço, do ciclo semanal,
Onde vidas são vendidas, mercadológizadas e consumidas,
Como um produto banal, na sociedade do consumo onde domina o caos.
Para mim é mais um dia, que a vida amanheceu,
Mais uma oportunidade de descobrir quem sou eu,
Aprendendo a amar tendo o amor por Deus,
Na fraca fisionomia que a natureza me deu.
Vivendo de cada vez, um por um cada um dos dias,
Vivo feliz por viver, mesmo faltando poesia,
Mesmo a vida sendo árida, por vezes triste e dolorosa,
Mesmo a injustiça humana, crescendo de forma insana, voraz e escandalosa.
Mesmo ainda esbarrando, na violência a cada esquina,
Mesmo vendo mortos em vidas, os sonhos que apodrecem nos olhos que o brilho fenece, de meninos e meninas.
Mesmo errando e esquecendo e, por vezes sendo esquecido.
Sigo feliz a pensar, que ainda há motivos para se gostar da vida.
Para se fazer amigos, para se trabalhar feliz,
Mesmo com tantos bandidos ferindo a alma do povo,
Escravizando e roubando e, empobrecendo o país.
Mesmo entre dores e tombos e tanta indiferença,
Mesmo com tanto ódio e intolerância,
Salto do leito feliz, elevo meu pensamento,
Falo com Deus por um momento de exclusiva oração.
O céu se abre em versos e me veste de poesia dando me inspiração,
E como mais um na estrada eu sigo minha jornada, com olhar de contemplação,
As vezes cantarolando, ou assoviando uma canção.
Recebo a filha do tempo e trabalhando sem lamento,
Visto as vestes da rotina, planejamento, regência, atividades, docência, assim, sigo minha sina,
Nessa lide cotidiana no anonimato dos mortais,
Entre sonhos e tantos ais, sigo de fé altaneira.
Fé na vida e na poesia, na roda que move os dias,
E faz vir sem piedade, sem maldade ou sem bondade, mais uma segunda feira, bem vinda segunda feira,
Na dispensa falta a feira...
No mercado famigerado, o preço sobe na prateleira...
Bem vinda segunda feira.
Nossas forças a preço fixo seguem o valor do crucifixo,
Onde somos colocado.
E assim, dia após dia vivendo crucificados como cristos marginais
Vivendo entre sonhos e ais num céu sem eira nem beira
A caminho do labor saúdo cheio de amor...
Mais uma segunda feira, bem vinda segunda feira!
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