O Molequinho da Garrafa
Era lá pras beiras de Mato Seco, sim naquelas beiradas é que se deu o caso que todo mundo conhece e sabe de cor. Não os mais moços, pois estes de nada sabem, estão ainda principiando sua caminhada e mesmo achando que sabem de tudo, muita coisas se lhes escapam, coisas muitas vezes não ditas e nem escritas, mas vivas e eternizadas nas memórias e que só saltam ao ouvidos de quem se propõe ouvir, nas horas de conversas e rememorar. Quando a caixa da memória se abre o as mãos do pensamento adentra o escuro da mente e faz sair as lembranças, refazendo uma infinidade de coisas que ninguém jamais viu ou imaginou, ou melhor que poucos viram, ouviram, sonharam, testemunharam e guardaram no silêncio profundo da memória, terra onde nada se perde e tudo permanece para sempre e que vem a luz do conhecimento coletivo cada vez que seus detentores se dispõem a lembrar e a narrar. Esse caso é mais um de tantos que ouvi nas rodas de prosas e causos da boca de Tio Filipe. Ele homem de oitenta e trê