Equívoco de dor
imagem do banco de imagens do Google EQUÍVOCO DE DOR O passado é, sem dúvida, fonte que não transborda em sentimentos, mas em evocações (AMPARO, 2008, p. 72). Aos pés da fonte, de pesaroso semblante, A matizar-lhe a fronte, Conservava-se absorto, em sofrer pujante, A lhe causar desgosto. Nem se dera conta, do pequeno engano, Que o sofrer lhe impunha, Fazendo-lhe a afronta, de tomar o oceano, Do passado, por fonte alguma. Ignoto em trevas, em sua dor severa, Se quer percebera, Que quando a dor se eleva, ao julgar se erra, A carne é traiçoeira. Mas as evocações, que nesse instante a mente faz, Involuntária e insistentemente, Provocadas, ininterruptamente pelos sentimentos que, Pululam de modo tenaz o coração vivente. Fazem transbordar e tsunamis terríveis, Esse oceano imenso, Que vem a eternizar, lembranças desprezível, Desejos infensos. E o que tornara-se, irremediavelmente perdido, De algum modo retorna, Fazendo-se, outra vez possível: como o olhar da musa, O amor impossíve