OS VERSOS QUE FIZ PRA VOCÊ

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Quando te vi me lembro, tremi... Não foi medo, não foi desconforto.
Foi o tremor de quando duas forças se encontram, assim foi quando te vi pela primeira vez.
Seu jeito imprimiu em mim a sua imagem. Seu rosto de fortes traços, seu semblante belo e feminino, mas de uma inquebrantável força e vivacidade, causou-me certo desconforto, mas não podia evitar-te...
Seu corpo marcado pela maternidade não perdera o encanto, exibia-se em um belo traje vermelho que ressaltava sua sensualidade e volúpia conferindo-lhe certo ar de deidade.
Prostrei-me como convém ao mortal ante uma divindade. Sofri ao deixar-te!
Partistes incólume em sua magnifica e sublime postura avassaladora...
Os dias trouxe-te de volta e apressou se em nos aproximar, juntar nos num mesmo labor.
Que nos fez estranhamente íntimos distantemente próximos maravilhosamente cumplices e convergentes...
Assim rendi-me, apaixonei-me e perdi o zelo estanque numa rua de chão qualquer...
Falamos de nós...
Falastes de ti...
Falei de mim...
Vi que te conquistei...
Vistes que eras teu...
Mas atados pela impossibilidade inexplicável de nos possuirmos, impedidos pela conveniência que nos separava.
Possuídos pelo mesmo desejo de estarmos juntos, perto, nos olhando, nos desejando, nos tocando... Pois tocamo-nos!
Tocamo-nos não com a pele, não com a mão, não com o corpo... Mas tocamo-nos com a alma... Um ao outro.
Tocastes-me na essência, na minha poesia e assim se eternizastes em meu verso...
Se fez inspiração, se fez verso, se fez poesia em mim.
Me fiz versejador, me fiz inspirado, me fiz poeta e me desaguei em poesia... Poesia que só podia falar de ti!
E você se fez assim... Ausente! Partindo... Voltando para seu mundo e legando ao meu um sentimento de perda, uma dor, um vazio... Até que em meus olhos vi seu rosto...
Em meus versos vi suas formas... Em meu olfato senti seu cheiro... Em meu reflexo vi seu corpo, sua imagem...
Então compreendi que sou teu e que sois minha... Independente que qualquer coisa.
Nem o tempo, nem a distância, nem as leis e as proibições, nem a moral e a tradição, nada pode separar-nos, tirar-nos um do outro...
Assim, caminho sereno ciente que tua ausência só ressalta a tua presença em mim... Que somos um do outro, para sempre...
Ainda que não mais estejamos juntos, ainda que jamais habitemos o mesmo corpo e partilhemos o mesmo prazer... Serei sempre seu e serás sempre minha, pois, o que vivemos nada nos pode tirar...

Comentários

  1. Parabens amigo, muito profundo e tocante o que nos dá o prazer de ler e entender nas entrelinhas dessa poesia. Não me resta outra coisa além de parabeniza-lo pelo seu inestimado talento.Sucesso sempre.
    Sandra Café

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