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SANGRANDO VERSOS

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  Google Imagens   Meu desespero é o tempero que dá gosto a minha esperança E o exagero é companheiro roto na desventurança Minh’alma nua pelas ruas busca por bonança Num corpo louco templo dessa desmedida dor E na penumbra opaca de cada olhar apagado Me reconheço ao avesso do que sonho ser Matérias mortas animadas em corpos sem vida Meros banquetes do meu eu carnívoro devorador Que segue a esmo sempre a perecer A conta gotas a cada gota de gozo a verter sofrida Corpos talhados na madeira carne São só mulheres na vida de escárnio Que a moral refuta para a marginália E tradição condena para escondê-las Mas aos meus olhos como aos demais É tão fugaz seduz é tão bom vê-las Deseja-las, possuí-las doce proibido Escravizadas por seus sonhos loucos Por suas ânsias e nossa libido São condenadas por que são espelhos A refletir nossas contradições Desafiando a débil moral e contestando rudes tradições Damas da vidas as mais diversas vida

POR ENTRE SONHOS PEDRAS E POESIA

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Google Imagens CAPÍTULO I Matérias para fazer Sonhos. Gemidos... suaves e intensos, duradouros na brevidade de seus segundos. Efêmeros e débeis na eternidade de sua brevidade... Revezavam-se entre si, num bailado ansioso que lembrava o ecoar das abas da gaivota enevoada na vazante do Capetinga. Não em qualquer vazante, mas naquela  onde este Rio Capetinga recebe aquele Rio Roncador, num profuso encontro de generosidade e entrega. Aí, o Roncador que em seu curso vai banhando terras, morros e chácaras, matando sede, gerando vida, ofertando piabinhas e lambaris, entronca-se na mata densa de borda ciliar na altura da Carestia, em terras de Vô Pulú, Apolinário, na verdade e se faz um gerando doravante um caudaloso Rio Capetinga. Vô Pulú é filho destes polacos goianos que descendem do polonês Szervinsk, que ali é lenda, é fábula, é gente... é mito. Não qualquer mito,  mito vivo,  mito fundador,  mito de gênese e de escatologia,  de eternidade na efemeridade da descendênc
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CANÇÃO PARA UMA FLOR A lua banhava-a e excitava ainda mais as curvas e cores daquele corpo matizado de melanina  que desnudo exbanjava sensualidade e erotismo...  A volúpia reinava inebriante  E ante ao fascínio de tanta beleza no corpo de um flor...  A amei intensa e profusamente num extase de conteplação...  Quanto encanto!  Quanta magnitude em tão frágil ser...  Tão frágil e tão poderosa,  Tão inresistível, tão bestificante. Assim, o balé frenético dos corpos  a se conjugarem na lascívia do coito fora dispensado  e substituido pela extasiada contemplação do belo exposto  no corpo negro de imensuravel beleza exibido em nudez total!  Oh flores!!! Que de mim não sai... Nem a visão,  nem o aroma, nem as lembranças.                                                                                                

Caçadora

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Google Imagens Tão leve Tão linda Esvoaçante na vida Com a leveza da brisa arredia a soprar Se atreve Se blinda De audácia e volúpia a se dar Com a fome voraz contumaz a reinar... Tão leve Tão linda Se rende saciada desnuda a delirar De amores De odores De cores diversas que se dispersam no ar É feita uma pétala Que se dispersa e fenece no amar... Tão úmida Molhada Banhada nas águas do amor a jorrar Caçadora Sedutora Se oculta na pele de ingênua a sonhar... Tão voraz Tão capaz É mordaz, pois não há quem possa a rejeitar Resistir... E assim Caçador se faz caça e se apraz em não caçar Sendo caçado... É requintado prato servido no orgásmico Instante do se dar receber... Mas depois que tudo foi Já se foi... Ela vai... Dedilhando magia e vestindo erotismo... Vem de novo se ocultar No semblante de menina, suave qual brisa a soprar... Júlia.